14/07/2015
Pelo menos quatro senadores são alvo, na manhã desta terça-feira (14), de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal em Brasília. Além do presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), a PF está nos apartamentos funcionais dos também senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). A ação, batizada de Politéia, visa ao cumprimento de 53 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em seis processos que estão em curso na corte, relacionados ao esquema de corrupção na Petrobrás.
As buscas ocorrem nas residências dos investigados, em seus endereços funcionais, escritórios de advocacia, órgãos públicos e sedes de empresas, como a sede do canal de TV controlado por Collor, em Alagoas. As medidas decorrem de representações da PF e do Ministério Público Federal nas investigações da Lava Jato que tramitam no Supremo. \"O objetivo é evitar que provas sejam destruídas pelos investigados\", informa a PF.
Também foi autorizada, pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello, e Ricardo Lewandowski, apreensão de bens que podem, ter sido adquiridos com recursos provenientes do esquema de corrupção.
O nome de Ciro, que preside o PP, e do senador e ex-presidente Collor foram citados pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato, como beneficiários do esquema de desvios da Petrobrás. Junto ao material apreendido com o doleiro, por exemplo, foram encontrados oito comprovantes de depósitos a Collor.
Já Fernando Bezerra foi citado pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa. De acordo com o diretor, Bezerra teria pedido em 2010 R$ 20 milhões para a campanha à reeleição do então governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em 2014 . Na época, Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento da administração de Campos.
No Supremo Tribunal Federal (STF), 48 são políticos, entre senadores, deputados e ex-parlamentares, são alvos de inquéritos que apuram suposto envolvimento de parlamentares e autoridades na Lava Jato.
Politéia, em grego, faz referência ao livro \"A República\", de Platão, que descreve uma \"cidade perfeita\", na qual a ética prevalece sobre a corrupção.
Fonte: Estadão