Mesmo no ano em que enfrenta sua maior crise dos últimos tempos, o comércio de Mato Grosso do Sul deverá empregar pelo menos 5 mil trabalhadores temporários para as vendas de Natal. O número corresponde a 5% dos 100 mil comerciários que trabalham nos 79 municípios do Estado e à metade do número de contratações em anos anteriores, que sempre girou em torno de 10%. A estimativa é da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS.
“Apesar da crise, estamos vendo o comércio reagir positivamente desde o início de novembro e na medida em que nos aproximarmos do final do mês, com as inúmeras promoções, as vendas vão aumentar e exigir a contratação de profissionais para suprir a demanda”, afirma Pedro Lima, presidente da Fetracom/MS e presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Dourados – Secod.
Idelmar da Mota Lima, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande – SECCG, também estima 5% de contratação de temporários para este ano na Capital. Hoje o setor emprega em torno de 40 mil comerciários. Em tempos normais, segundo o sindicalista, a contratação de temporários girava em torno de 10%. “Este ano teremos em torno de 2 mil temporários, que corresponde a 5% do efetivo do mercado”, afirma.
Os municípios de fronteira com o Paraguai e Bolívia deverão precisar de um número maior de temporários, pois as vendas em Corumbá e Ponta Porã, por exemplo, estão bem aquecidas há alguns meses no lado brasileiro, devido à alta do dólar. Esse fato contribuiu muito para uma inversão do consumidor na fronteira. Bolivianos e Paraguaios estão vindo para fazer compras no lado brasileiro.
“Estamos otimistas com o emprego no comércio aqui em Ponta Porã e nos municípios vizinhos, pois temos recebido a presença de consumidores paraguaios nas nossas lojas”, informou Divino José Martins, presidente do Sindicato dos Comerciários de Ponta Porã.
Orlando Terredor, líder sindical dos comerciários de Corumbá, também confirma o clima de otimismo do comércio local, com a presença de bolivianos em busca de produtos brasileiros no município. “O comércio deverá aquecer ainda mais nesta segunda quinzena de novembro e dezembro. Não temos dúvida de que novas oportunidades de emprego surgirão”, afirmou.
Em Três Lagoas o clima também é de otimismo, principalmente pelo fato da cidade estar em ritmo acelerado de crescimento, em todos os sentidos, devido à industrialização. “A produção industrial cresce, novos empreendimentos se instalam aqui e, consequentemente o comércio também cresce, fazendo surgir novas empresas e oferecendo novas oportunidades de emprego, inclusive temporários, para reforçar as vendas de final de ano”, explica Eurídes Silveira, presidente do sindicato dos comerciários da cidade.
Três Lagoas emprega hoje em torno de 1.500 trabalhadores e para esse período de Natal, deverá contratar pelo menos 100 novos comerciários para suprir a demanda das vendas que já estão aumentando, afirma Eurides Silveira.
ESFORÇO PARA FICAR – Idelmar da Mota Lima, que preside também a Força Sindical Regional Mato Grosso do Sul afirma que os sindicatos orientam os temporários a se esforçarem nesse período, “dando o seu máximo”, pois isso pode, segundo ele, fazer a diferença para que o profissional seja efetivado na empresa.
O líder da Força afirma que essa situação é muito comum em todos os anos, profissionais temporários mostram aptidão para o trabalho e acabam conquistando espaço nas lojas, garantindo assim emprego permanente. “Todo profissional deve agir assim, sempre dando o melhor de seu desempenho profissional para se destacar no ambiente de trabalho e ser reconhecido e remunerado adequadamente”, afirma.
Pedro Lima, presidente da Fetracom/MS, também ressaltou a importância não só dos novos profissionais, como os já estabilizados, promoverem cursos de formação continuada para se aperfeiçoarem na profissão. “Isso pode fazer toda a diferença na vida profissional de cada um”, explica.