Bancos disputam R$ 16 bi em créditos consignados

 

Felipe Marques e Carolina Mandl

Um total de cerca de R$ 16 bilhões em crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, composto por tomadores cativos do Banco do Brasil (BB), começa a ser disputado pelas demais instituições financeiras. A partir de março de 2014, segundo a Secretaria da Fazenda de São Paulo, os servidores estaduais poderão contratar os empréstimos fora do Banco do Brasil. São operações que somam cerca de R$ 10 bilhões em estoque. Nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, nos governos do Maranhão e Mato Grosso do Sul e na Câmara dos Deputados, que também eram exclusivos do BB, a chegada dos outros bancos já é realidade recente.

Firmado em outubro do ano passado, um acordo entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o BB determinou que a instituição financeira deixará de exigir que os funcionários públicos que recebem a remuneração pelo banco só obtenham o consignado com a instituição. De lá para cá, porém, Estados e municípios enfrentaram dificuldades tecnológicas ou mesmo na regulamentação necessária para a aceitação de novos bancos. Fatores que acabaram atrasando a abertura do mercado.

O crédito consignado para servidores públicos é a modalidade que mais cresce no financiamento à pessoa física com recursos livres. No acumulado de 12 meses até julho, o saldo dessas operações cresceu 18,5%, para R$ 130,52 bilhões, enquanto a média dos recursos livres para famílias avançou 8,2%.

O estoque de consignado no BB para servidores era de R$ 43,87 bilhões em julho, ou 86,9% do saldo da modalidade no banco. O estoque total em todas as instituições financeiras somava R$ 212 bilhões.

O BB detinha em junho do ano passado uma participação de 31% no crédito consignado geral, levando em consideração os servidores públicos, aposentados do INSS e trabalhadores do setor privado. Em junho deste ano, essa fatia tinha sofrido uma pequena diminuição, para 29,7%.

FONTE: Valor Econômico