Os líderes sindicais Clodesmidt Riani e Rapahel Martinelli, que estão entre os que comandaram o movimento sindical antes de 1964, deram depoimentos hoje (dia 1º) no Ato Sindical Unitário “O Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e o enfrentamento ao golpe de 64 – Homenagem aos Lutadores”, realizado no Sindicato dos Engenheiros de SP e que foi organizado pelo Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
O objetivo foi resgatar a história de luta e resistência do Comando Geraldo dos Trabalhadores (CGT) fundado em 1962 e que foi um dos organismos utilizados na organização dos trabalhaqdores, na convocação de greves e manifestações e foi importante na sustentação e pressão pelas reformas de base no governo João Goulart, período de 1961 a 1964.
Durante o ato, a coordenadora nacional da Comissão da Verdade, Rosa Cardoso, falou sobre o papel da comissão que trabalha na pesquisa e investigação dos fatos que ocorreram no período de 64. “Não se trata só de reconstruir o passado, mas de fazer recomendações também para o presente e o futuro”, disse.
Para João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, o golpe de 64 foi um ato da ditadura contra o movimento sindical e os trabalhadores. “Aqui (disse referindo-se ao auditório do Sindicato dos Engenheiros) estão as várias correntes políticas e temos que fazer novas leituras da história”, declarou.
Foram exibidos vídeos com depoimentos de líderes sindicais que foram cassados, torturados e presos. Os organizadores distribuiram questionário para mapear crimes da ditadura contra os trabalhadores (as) e ao movimento sindical. Pedeidos de informações e as contribuições devem ser enviadas pelo e-mail:infogt13@gmail.com ou pelo celular (11) 9 7110-2474 (vivo).
Depois de exibirem vídeos com depoimentos de Clodesmidt Riani e Raphael Martinelli, os dois líderes falaram durante o ato sobre o que viveram no sindicalismo e na política.
“O programa que defendíamos naquela época está atual, como defesa da reforma agrária. A minha grande satisfação é ver as centrais representadas aqui no grupo de trabalho. Fizemos muito e ainda tem muito a fazer”, destacou Raphael Martinelli. Na sua opinião, os torturadores não podem ficar impunes. “Essa gente cometeu crimes inimagináveis e precisam pagar por seus crimes. Eles prenderam ilegalmente, torturaram, saquearam, estupraram e mataram centenas de militantes políticos”, enfatizou.
Já Riani, lembrou da Campanha Nacional pela revisão dos salários mínimos regionais conseguindo os aumentos de 144% , as viagens que fez para manter contatos com líderes sindicais do exterior e seu trabalho como parlamentar.
FONTE: Assessoria de imprensa da Força Sindical