Médicos de Dourados estariam restringindo os atendimentos nos planos de Saúde. A informação é do delegado do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Jorge Luiz Baldasso.

Ontem, no Dia Mundial da Saúde, médicos de todo o país saíram as ruas pedindo mais recursos para o setor, o reajuste imediato da Tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e a aprovação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular Saúde+10, que pede a vinculação de 10% da receita bruta da União à saúde (PLP 321/2013). Em alguns estados como São Paulo e Pernambuco, houve protestos contra os planos de Saúde. Em MS apesar de não ter ocorrido o movimento nas ruas, os médicos apoiam as reivindicações.

Ao Dourados Agora, Jorge Luiz Baldasso explicou que a insatisfação da categoria é generalizada em relação ao pagamento dos planos de Saúde aos profissionais. Segundo Baldasso, os valores estariam abaixo da tabela do profissional. o resultado disso, segundo Baldasso é que a categoria está restringindo os atendimentos, fator que estaria causando as filas de esperas demoradas nos planos.

“Os médicos estão perdendo o interesse pelos planos. O resultado disso é que muitos já reduziram de 8 horas para 2 horas os atendimentos aos pacientes dos planos e estão dando preferência ao atendimento particular. Com isto começam a criar filas nos consultórios para os pacientes conveniados”, destaca.

Ainda ontem, o Conselho Federal de Medicina (CFM), informou que também está sendo reivindicada a criação de uma carreira pública e a chamada desprecarização do trabalho médico. “Os profissionais exigem a realização de concurso público com salário adequado; plano de cargos, carreira e vencimentos; maior financiamento para a saúde; melhores condições de trabalho; e atendimento adequado para a população”, informou.

No campo da saúde suplementar, a reivindicação é pela recomposição de honorários, pelo fim da intervenção das operadoras na autonomia profissional e pela readequação da rede credenciada, para que seja garantido o acesso dos pacientes à assistência contratada.

Crise

Ainda ontem o CFM apresentou relatório com uma triste realidade para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais públicos de urgência e emergência. O levantamento mostra pacientes internados em macas pelos corredores ou em colchões sobre o chão e casos que se assemelham aos de uma enfermaria de guerra.

O relatório final foi apresentado à imprensa, ontem, no Dia Mundial da Saúde, em evento realizado na sede do Conselho, em Brasília. O conselheiro do CFM pelo estado de Mato Grosso do Sul e coordenador da Câmara Técnica de Urgência e Emergência, Mauro Ribeiro, acompanhou os trabalhos.

Segundo ele muitos dos problemas encontrados devem-se a questões estruturais, não resolvidas pelo SUS. “A crise das urgências e emergências é sistêmica. Faltam leitos de UTI. São problemas que estão ferindo a dignidade e os direitos dos cidadãos”, destaca.

Dourados Agora/ Valéria Araujo