Legislação Federal privilegia acordo firmado em convenção coletiva entre patrões e empregados

 

Se depender do presidente do Secod - Sindicato dos Empregados no Comércio de Dourados, Pedro Lima e sua diretoria, a discussão sobre abertura do comércio aos domingos e feriados não avança na cidade.

“Somos contrários a esse desejo da classe patronal, que quer suprimir o direito dos empregados em passar tempo com familiares, e acima de tudo descansar em dias livres”, resume Pedro Lima.

Segundo o sindicalista, é inadmissível abrir o comércio douradense nos dias de folga dos trabalhadores, pois já existe uma cláusula em Convenção Coletiva do Trabalho que faculta abertura e trabalho de todas as empresas do comércio uma vez por mês, no entanto, algumas lojas de rede como Riachuelo, uma filial das Casas Bahia, Tecelagem Avenida e Seller usam essa prerrogativa e a população tem conhecimento disso, o restante das empresas não abrem por entender que não há retorno, e que existe uma pesquisa de dominio publico apontando que mais de 75% dos comerciantes são contra abrir as portas nessas.

Pedro Lima aponta como prioridade oferecer contra-turno de segunda a sexta-feira, para absorver mão de obra, principalmente dos universitários de outros municípios, que muitas vezes por falta de opção chegam a cometer algum delito.

Segundo ele, mais de cinquenta cidades paranaenses não abrem o comercio nos domingos e feriados, e aponta outros pontos, como ruas da Liberdade e 25 de março em São Paulo, grandes centros econômicos do Brasil e da América do Sul, que também não abrem suas portas em respeito aos dias de folgas dos empregados.

O argumento da classe patronal de que o comércio paraguaio é o maior beneficiado não passa de uma maquiagem para esconder a falta de respeito para com os trabalhadores. “Grande parte do comercio do Paraguai não abre aos domingos exceto Shopping China”, questiona.

Câmara de Vereadores

O Secod convida todos os trabalhadores, a população em geral e comerciantes, a comparecerem na Câmara Municipal de Dourados na sessão do dia 25 deste mês, onde o tema será discutido, mediado por uma proposição do vereador Marcelo Mourão.

Lima aponta que a classe política local não pode se curvar diante do desejo dos empresários em abrir as portas dos seus comércios aos domingos e feriados. “Não podemos servir de bode expiatório”, encerra.

Legenda: Pedro Lima discursa na Plenarinho da Câmara sobre abertura do comercio em datas especiais em Dourados

Foto: Silva Junior