O economista de Mato Grosso do Sul, Fernando Abrahão, defendeu na manhã desta quinta-feira (29) o aumento gradativo da mistura de biodiesel ao diesel vendido nas bombas de combustível. Nesta quarta-feira (28), o governo federal anunciou que o percentual de mistura sobe de 5% para 6% a partir de julho e em novembro atingirá os 7%.

Com a medida o governo federal informou que espera estimular o pleno uso da capacidade instalada das usinas do país, beneficiar a agricultura familiar, que é uma das fornecedoras de matéria-prima para a produção do biocombustível, reduzir as emissões de gás carbônico, já que o biodiesel é menos poluente que o diesel convencional, e ainda reduzir as importações.

Abrahão explicou que com aumentos gradativos, a produção brasileira tem condições de se ajustar para atender a demanda. Entretanto, lembrou que como grande parte da matéria-prima utilizada no processamento do biodiesel brasileiro é a soja, o incremento da destinação da oleaginosa para a fabricação do combustível deve impactar da produção brasileira, demandando um volume maior de grãos e também nos preços de produtos derivados, como o óleo de soja, por exemplo.

“A médio e longo prazo o aumento da mistura deve impactar também no preço do próprio diesel, já que o biodiesel é mais caro que o diesel convencional”, lembrou.

Segundo dados da Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), nos dois primeiro meses de 2014, 71% do biodiesel produzido no país utilizou como matéria-prima o óleo de soja. Outros 24% o sebo bovino, 2% o óleo de algodão e 2% outros insumos.

 

Em Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, conforme dados estatísticos mensais da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de biodiesel fechou o primeiro trimestre de 2014 com um aumento de 21,28% frente ao mesmo período de 2013, passando de 40,806 milhões de litros para 49,493 milhões de litros.

Esse volume foi processado por três unidades: Cargill, em Três Lagoas, com 33,201 milhões de litros, Biocar, em Dourados, com 2,282 milhões de litros, e Delta, em Rio Brilhante, com 14,009 milhões de litros, de acordo com a ANP.

 

G1